Inteligência Artificial exige reaprendizado nas empresas


A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser apenas uma tendência do futuro e já faz parte do cotidiano de pessoas e empresas. Mais do que uma simples ferramenta tecnológica, ela representa uma transformação cultural que impacta diretamente a maneira de viver, trabalhar e se relacionar. Como em toda grande mudança, desperta não apenas curiosidade, mas também receios, uma reação natural do ser humano diante do novo.

Nesse contexto, Viviam Posterli, CEO do Grupo Skill, destaca que o momento atual é marcado pelo reaprendizado. A evolução da IA exige dos profissionais o desenvolvimento de novas habilidades, além de uma postura aberta à inovação e à transformação.

A 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, confirma essa tendência: 51% dos líderes no Brasil afirmam confiar na integração da IA aos processos essenciais de suas empresas, quase o dobro da média global (33%). No caso específico da IA generativa, 52% dos CEOs brasileiros relataram ganhos de eficiência no uso do tempo das equipes, permitindo que tarefas estratégicas recebam mais atenção.

Esses dados reforçam que o desconhecido se torna menos desafiador quando é compreendido. No campo da IA, a teoria é importante, mas a prática é indispensável: aprender passa por testar modelos, experimentar soluções, errar e acertar. É nesse movimento que nascem as inovações.

Segundo Posterli, ao compreender como a IA funciona, o indivíduo deixa de temê-la e passa a explorá-la com criatividade e estratégia. Mas surge a questão: onde termina a capacidade das máquinas e começa o valor humano? Essa é uma das inseguranças mais comuns diante da interação entre Inteligência Artificial e Inteligência Emocional (IE).

Na Rio Innovation Week, Daniel Goleman afirmou: “A inteligência emocional é uma habilidade definidora para o desempenho profissional e pessoal. A IA é muito mais inteligente do que nós em diversas áreas, mas não domina o campo das emoções. Essas habilidades são exclusivamente humanas.”

Enquanto a IE abrange competências como empatia, criatividade e julgamento, a IA oferece precisão, velocidade e capacidade analítica. Essa combinação é complementar e potencializa resultados e oportunidades. Como explica Andrea Iorio, palestrante sobre Transformação Digital, Liderança, Inovação e Soft Skills, em seu blog: “A IA pode ser usada para coletar e analisar dados, automatizar tarefas repetitivas e sugerir caminhos baseados em padrões. Porém, a decisão final muitas vezes depende de fatores subjetivos que a IA não consegue compreender plenamente, como valores, ética e visão de longo prazo.”

Por fim, Posterli ressalta que a IA não substitui pessoas, mas amplia suas capacidades. O cenário atual representa, portanto, uma oportunidade de reaprender a aprender, repensando formas de agir, criar e evoluir em conjunto com a tecnologia.


Fonte: O Globo

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